Esta lista reúne todos os filmes analisados pelo Cine Grandiose e que estarão presentes na 90ª Cerimônia de Entrega do Oscar. Aqui estão as obras ordenadas por número de indicações com um breve comentário resumindo a opinião sobre elas e suas indicações. Para acessar as análises completas, basta um clique em cada banner.
The Shape of Water (A Forma da Água)
Este filme começou a chamar a atenção quando estreou e venceu o grande prêmio no Festival de Veneza, angariando comentários positivos ao longo dos meses e, com isso, inflando as expectativas do público. Será que a história de um romance entre um monstro aquático e uma mulher muda vingaria? Foi uma questão marcante, ainda mais para aqueles que não gostaram tanto de “Crimson Peak“. Felizmente, “The Shape of Water” é realmente muito bom. Entre seus vários acertos, a trilha sonora remete aos melhores filmes mudos e encaixa-se de um jeito especial na realidade da protagonista belamente interpretada por Sally Hawkins. Quanto ao resto do elenco, Michael Shannon, Octavia Spencer e Richard Jenkins fazem seus trabalhos bem a ponto de ser difícil dizer qual é melhor.
13 Indicações: Melhor Filme, Melhor Atriz (Sally Hawkins), Melhor Ator Coadjuvante (Richard Jenkins), Melhor Atriz Coadjuvante (Octavia Spencer), Melhor Direção, Melhor Roteiro Original, Melhor Fotografia, Melhor Design de Produção, Melhor Trilha Sonora, Melhor Figurino, Melhor Edição, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som.
Vencedor: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Trilha Sonora, Melhor Design de Produção.
Dunkirk
Se “Dunkirk” prova alguma coisa, é que um filme de guerra sobre uma grande manobra de retirada pode render uma boa história. Isto é, por enquanto. Caso ganhe poucos prêmios na noite do Oscar, ele pode provar que a Academia realmente tem algo contra Christopher Nolan. Dentre as indicadas a Melhor Direção, esta obra é uma excelente candidata e merece vencer por representar um conflito através de três pontos de vista igualmente tensos. Mais do que isso, a competência nos três mostra a versatilidade e habilidade de Nolan na escolha de imagens que melhor ilustram o que se passa. Há o desespero do soldado impotente diante das ameaças esmagadoras; a pressão em cima de aviadores com o peso do mundo nas costas; e a determinação de cidadãos encarando uma tarefa hercúlea. Sim, uma batida em retirada pode ser interessante.
8 Indicações: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Fotografia, Melhor Design de Produção, Melhor Trilha Sonora, Melhor Edição, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som.
Vencedor: Melhor Edição, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som.
Three Billboards Outside Ebbing, Missouri (Três Anúncios para um Crime)
Imagine um mundo populado por gente de pouco intelecto, onde é possível fazer e falar muita coisa com pouca ou nenhuma consequência. O pior de tudo é que é uma tendência com tudo para ser permanente, pois são pouquíssimos os indivíduos com um pouco de discernimento. Neste mundo bizarro imaginado por Martin McDonagh, diretor e roteirista, a filha de Mildred é assassinada sem que tenha surgido uma solução. Assim tem início um dos filmes mais aclamados de 2017, que conta com um roteiro inteligente, um humor afiado e atuações que fazem todos os itens anteriores funcionarem com excelência. Existem erros aqui e ali, de fato, mas esta não deixa de ser uma das melhores experiências do ano.
7 Indicações: Melhor Filme, Melhor Atriz (Frances McDormand), Melhor Ator Coadjuvante (Sam Rockwell), Melhor Ator Coadjuvante (Woody Harrelson), Melhor Roteiro Original, Trilha Sonora, Melhor Edição.
Vencedor: Melhor Atriz (Frances McDormand), Melhor Ator Coadjuvante (Sam Rockwell).
Darkest Hour (O Destino de uma Nação)
Curiosamente, “Darkest Hour” serve como um complemento aos eventos de seu concorrente, “Dunkirk“. Tudo o que veio antes da grande manobra que salvou o exército britânico e fez toda a diferença no desenrolar da guerra é contado aqui, começando com a nomeação de Winston Churchill como Primeiro Ministro. Em sua grande parte, este longa cria sua trama usando semanas que parecem anos inteiros por conta de toda a pressão e do impacto que a mínima das decisões poderiam ter. Gary Oldman encara a tarefa de incorporar o gerador de frases icônicas e faz um trabalho sensacional dentro dos enchimentos que o transformam em um velho corpulento e de personalidade bem particular. Prejudicado por resoluções rápidas e pouco discretas, “Darkest Hour” acaba sendo mais um espetáculo de atuação e maquiagem do que um grande filme como um todo.
6 Indicações: Melhor Filme, Melhor Ator (Gary Oldman), Melhor Fotografia, Melhor Design de Produção, Melhor Figurino, Melhor Maquiagem.
Vencedor: Melhor Ator (Gary Oldman), Melhor Maquiagem.
Lady Bird (Lady Bird – A Hora de Voar)
Depois de várias decepções, “Lady Bird” foi uma grata surpresa e um dos melhores filmes do ano. Uma história simples sobre o último ano de colégio de uma adolescente rebelde que tem problemas com a mãe, a escola e a vida, o longa é muitíssimo bem sucedido por escolher os dias de um cotidiano rotineiro que melhor representam o tornado de paradoxos e revoltas da adolescência. No centro disso tudo, Saoirse Ronan faz o espectador esquecer que ela não tem cara de 17-18 anos com uma interpretação cheio de toda a energia hormonal típica desta fase, passando por mil e uma fases e faces tão relevantes para seu processo de identidade regado a egoísmo e tapas de realidade. É aquela história já vista antes contada com a competência de poucas obras.
6 Indicações: Melhor Filme, Melhor Atriz (Saoirse Ronan), Melhor Atriz Coadjuvante (Laurie Metcalf), Melhor Direção, Melhor Roteiro Original.
Phantom Thread (Trama Fantasma)
Para quem esperava um filme intenso instigante como “There Will Be Blood”, “Phantom Thread” é uma experiência comparativamente mais lenta. Na verdade, ele é um filme devagar por si, mas esta não é a característica definitiva deste novo filme de Paul Thomas Anderson. Sua narrativa é uma das melhor executadas na memória recente por alguns motivos, ainda que não seja perfeita. Poucos filmes conseguem contar uma história quase puramente pela interpretação do elenco, mostrando através de suas interações, reações e evoluções sobre o que tudo realmente se trata. Parece um tanto sem sal saber contar uma história e até é, considerando que esta é uma qualidade que eu mesmo frequentemente atribuo a outras obras. Mas este é um caso especial em que os acertos funcionam tão bem juntos que um elogio geral parece adequado.
6 Indicações: Melhor Filme, Melhor Ator (Daniel Day-Lewis), Melhor Atriz Coadjuvante (Lesley Manville), Melhor Direção, Melhor Trilha Sonora, Melhor Figurino.
Vencedor: Melhor Figurino.
Blade Runner 2049
Não faço parte do grupo de pessoas que acharam “Blade Runner 2049” a mais nova obra prima de Denis Villeneuve. Embora não tenha achado ruim de forma alguma, ele possui alguns defeitos que o tiram do posto de oitava maravilha do mundo e o colocam abaixo do clássico de 1982. Mesmo assim, esperava um pouco mais de atenção da Academia. Suas 5 indicações ainda parecem pouco quando existem certas qualidades impossíveis de não notar. Realmente, indicações de Roteiro e Trilha Sonora não fazem muita falta; não tanto quanto uma de direção para Villeneuve, a qual influencia visuais estonteantes que com certeza não se fizeram sozinhos. Vendo as categorias em que foi indicado, até parece que trata-se de um blockbuster que só pode gabar-se de conquistas técnicas.
5 Indicações: Melhor Fotografia, Melhor Design de Produção, Melhores Efeitos Visuais, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som.
Vencedor: Melhor Fotografia, Melhores Efeitos Visuais.
Call Me By Your Name (Me Chame Pelo Seu Nome)
Eis uma surpresa. Justamente um filme que erra nos básicos de sua história ser indicado a Melhor Roteiro Adaptado. Considerando que fala de um romance proibido que deve começar, ser e terminar de forma discreta, “Call Me By Your Name” erra em alguns pontos cruciais desta equação aparentemente simples. Claro, não vou dizer que escrever um roteiro é fácil porque nem é este o meu ponto. O filme é incrivelmente sincero quando não desvia a atenção do espectador com deslizes. Ou seja, quando se trata de acreditar no envolvimento de duas pessoas, isso acontece perfeitamente. Armie Hammer e Timothée Chalamet garantem isso quando estão em cena. Ao menos um deles foi indicado.
4 Indicações: Melhor Filme, Melhor Ator (Timothée Chalamet), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Canção (The Mystery of Love – Sufjan Stevens).
Vencedor: Melho Roteiro Adaptado.
Get Out (Corra!)
Não preciso dizer que “Get Out” definitivamente não é um filme de Oscar. Chega a ser esquisito ver um filme de Terror/Suspense em meio a tantos outros dramas, dramas históricos, biografias e histórias sobre temas sociais em alta. Tudo bem, este filme se encaixa no último grupo, mas aborda seus temas de racismo de forma tão incomum para os padrões da Academia que é inesperado vê-lo indicado a categorias principais. Todo o alvoroço em torno deste filme não é correspondido por uma obra prima, o que torna suas indicações ainda mais curiosas. Mas não é como se o resto dos indicados fossem maravilhosos também. De qualquer forma, se sua presença significar uma quebra dos padrões repetitivos da Academia, fico extremamente satisfeito pelo paradigma quebrado.
4 Indicações: Melhor Filme, Melhor Ator (Daniel Kaluuya), Melhor Direção, Melhor Roteiro Original.
Vencedor: Melhor Roteiro Original.
Star Wars: Episode VIII – The Last Jedi (Star Wars: Episódio VIII – Os Últimos Jedi)
Não, esse espaço não será usado para alimentar a polarização intensa da audiência. Já houveram comentários o suficiente sobre o assunto para que mais um seja necessário nesse pequeno espaço, até porque nenhuma indicação toca nos aspectos que foram mais criticados e/ou elogiados. Se houvesse algo sobre roteiro, quem sabe. Basicamente, o que se encontra aqui são exatamente as mesmas indicações que “Star Wars: The Force Awakens” recebeu em 2015 exceto por uma: Melhor Edição. De qualquer forma, é bem provável que a vitória seja de concorrentes como “Blade Runner 2049“, embora as áreas indicadas pudessem ganhar sem levantar muitas sobrancelhas. Star Wars nunca foi conhecido por incompetência técnica.
4 Indicações: Melhores Efeitos Visuais, Melhor Trilha Sonora, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som.
Baby Driver (Em Ritmo de Fuga)
Tido como um dos melhores filmes do ano e até uma obra prima por alguns, “Baby Driver” acabou indicado a três categorias técnicas, porém completamente merecidas. Tanto é que o elogio padrão recai sobre Edição e Edição de Som, os dois grandes pilares de um filme construído a partir do casamento entre imagem e música. No centro de tudo, uma série de playlists srevem de trilha sonora da vida do protagonista, que depende delas tanto para maquiar um problema de audição como para se adaptar ao mundo e viver a vida de um jeito estiloso, mais divertido que o padrão. Coreografar a ação inteira para corresponder a estes preceitos não é nada fácil, e por isso a Edição chama tanto a atenção quando passa batida em vários outros casos.
3 Indicações: Melhor Edição, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som.
I, Tonya (Eu, Tonya)
Nada de “Guardians of the Galaxy”, “I, Tonya” tem, com muita folga, a melhor trilha sonora da memória recente. Com Fleetwood Mac, Doris Day, Supertramp, Dire Straits e várias outras canções famosas interpretadas por outros artistas, o filme surpreende muito por não ter absolutamente nada a ver com a típica biografia de Oscar. Ele é explosivo, engajante, engraçado e descontraído, indo longe o bastante para subverter o gênero Documentário para construir humor, o que não parece ser uma prática muito lógica num primeiro momento. Indo contra todas as expectativas, a história sobre uma patinadora olímpica mostra-se uma experiência que não está nem aí para os filmes típicos da Academia e vai muito bem em sua rebeldia.
3 Indicações: Melhor Atriz (Margot Robbie), Melhor Atriz Coadjuvante (Allison Janney), Melhor Edição.
Vencedor: Melhor Atriz Coadjuvante (Allison Janney).
The Post (The Post – A Guerra Secreta)
O que esperar de uma obra de Steven Spielberg com Tom Hanks e Meryl Streep? Com três das maiores personalidades do mercado, é difícil não se empolgar pelo menos um pouco. “The Post” fala de eventos que ocorreram entre os Anos 60 e 70 — um típico drama histórico de Oscar — e possuem certa relevância atualmente. Ele não só aborda um tema popular como engloba dois numa tacada só: a posição da mulher numa estrutura envolvendo poder, hierarquia e predominância masculina; e o conflito entre o governo e a mídia. Impressionando justamente no que chamava a atenção desde o começo, com direção e atuações em fina sintonia e evidente competência, resta apenas uma ressalva quanto ao roteiro que, por vezes, é pouco sutil na forma como conduz a audiência pela história.
2 Indicações: Melhor Filme, Melhor Atriz (Meryl Streep).
Beauty and the Beast (A Bela e a Fera)
Este remake era realmente necessário? No caso de “Cinderella” e “The Jungle Book“, eram filmes com mais de 50 anos desde seu lançamento e que poderiam ser desconhecidos pelas gerações mais recentes, porém “Beauty and the Beast” tinha apenas cerca de 25 quando este remake foi lançado. Pensando bem, talvez esta não seja a pergunta correta a se fazer. É um filme bom? Com certeza. Ele abraça suas origens de Musical Disney com releituras de canções originais e a adição de outras novas que não devem nada para suas predecessoras. Para ambos os que acham a animação de 1991 ultrapassada e aqueles que ainda a apreciam, este remake é uma revisão e até expansão muitíssimo fiel do material antigo. As indicações em dois aspectos estético apenas reforça este fato, pois um universo inteiramente bidimensional ganha vida em três dimensões sem perder sua identidade.
2 Indicações: Melhor Design de Produção, Melhor Figurino.
The Disaster Artist (O Artista do Desastre)
Se “Call Me By Your Name” surpreendeu por ser indicado a Melhor Roteiro Adaptado tendo suas fraquezas justamente na história, chega a ser ainda mais bizarro ver que “The Disaster Artist” também teve problemas de roteiro e foi indicado apenas nesta categoria. Curioso, considerando que foi indicado em duas categorias principais no Globo de Ouro, vencendo uma delas. Mais curioso ainda é sua maior falha existir justamente naquilo que deveria ser seu forte. Afinal de contas, toda a idéia do livro que serviu de base e, consequentemente, do filme é contar a odisséia de como um dos piores filmes de todos os tempos foi feito. Talvez fosse mais lógico indicar James Franco, que entrega uma interpretação caricata e forçada de Tommy Wiseau e reflete perfeitamente a personalidade do próprio.
1 Indicação: Melhor Roteiro Adaptado.
Coco (Viva – A Vida é uma Festa)
Mal acompanhei as notícias a respeito do desenvolvimento de “Coco”, então nem tive como criar algum tipo de expectativa. Quando fui saber desua existência, bem perto de seu lançamento, tive apenas tempo para uma primeira impressão morna acerca do assunto. Então veio a surpresa na hora de conferir a obra: “Coco” é uma das animações mais emocionantes que assisti na vida. Verdadeiramente emocionantes. Com isso, não falo que ela é melodramática porque simplesmente fala de assuntos potencialmente tocantes. Seu maior acerto acontece quando a ligação entre filme e espectador atinge o ápice da intimidade. Existem problemas aqui? Sem dúvidas, porém são os pontos fortíssimos que permanecem comigo depois do fim da sessão. Disso tenho certeza absoluta.
2 Indicações: Melhor Animação, Melhor Canção Original (Remember Me- Kristen Anderson-Lopez, Robert Lopez).
Vencedor: Melhor Animação, Melhor Canção Original (Remember Me- Kristen Anderson-Lopez, Robert Lopez).
All the Money in the World (Todo o Dinheiro do Mundo)
Sim, este é o filme da polêmica envolvendo Kevin Spacey sendo demitido depois do filme pronto e completamente substituído por Christopher Plummer. Deixando de lado todo a discussão sobre esforço envolvido nas refilmagens e no desempenho dos atores em refazer cenas previamente já feitas, o personagem de Plummer resume bem o que há de bom neste filme de Ridley Scott. O nome do filme chega a fazer mais sentido com a interpretação de Plummer, pois ele fala e respira dinheiro. Mais do que a grande maioria dos personagens ricos, gananciosos e calculistas, do cinema. Nem Gordon Gekko chega perto do nível de frieza visto aqui, o que com certeza não é pouca coisa. De resto, “All the Money in the World” é um filme exageradamente lento e vacilante, ficando muito tempo sem avançar sua trama para ser interessante.
1 Indicações: Melhor Ator Coadjuvante (Christopher Plummer).
Loving Vincent (Com Amor, Van Gogh)
Sinceramente gostaria que “Loving Vincent” tivesse sido lançado em algum outro ano. Particularmente algum que não tivesse um lançamento Disney/Pixar para levar o grande prêmio e manter a rotina anual. Estaria mentindo se dissesse que este é um filme competentíssimo ou, de fato, a Melhor Animação do ano. No entanto, é a animação mais bonita deste e dos últimos anos. Nem as cores vibrantes da metrópole carnavalesca de “Coco” chegam a fazer frente decentemente a um filme feito inteiramente com pinturas de óleo sobre tela. E não, não se trata de uma supervalorização de mão de obra, mas de uma competência na reprodução e expansão do trabalho de um dos maiores pintores do mundo, ninguém menos que Van Gogh.
1 Indicação: Melhor Animação.
The Florida Project (Projeto Flórida)
A única indicação foi de Melhor Ator Coadjuvante para Willem Dafoe e, sinceramente, é um dos poucos elementos deste filme que merecem atenção e aplauso. Sua premissa atraente parece ser outro daqueles estudos do sonho americano que deu errado, colocando o dedo justamente na ferida daqueles que moram à sombra do Disneyworld. No entanto, uma história que depende do entretenimento pontual proporcionado pelas recorrentes brincadeiras das crianças acaba perdendo força conforme elas vão se repetindo e agregando pouco conteúdo à história como um todo. Poderia ter sido muita coisa, mas não foi.
1 Indicação: Melhor Ator Coadjuvante (Willem Dafoe).
Logan
Mais curioso ainda que as indicações a Melhor Roteiro Adaptado de “Call Me By Your Name” e “The Disaster Artist” é o caso de “Logan”. Pensei que as pessoas estivessem ficando loucas ou embriagadas de empolgação quando falaram em fazer campanha para o Oscar, querendo que houvesse indicações para Melhor Filme e para Hugh Jackman como Melhor Ator. Sendo justo, não é um filme ruim. Em diversos pontos ele foi uma grata surpresa, como ser bom depois de outros dois filmes duvidosos de Wolverine e sair do padrão engessado dos últimos filmes de herói. Contudo, seu maior problema é parecer longo demais, com alguns momentos que se arrastam bastante e tornam a experiência um tanto cansativa. Curiosamente, a indicação ao Oscar foi justamente para o responsável por isso: o roteiro.
1 Indicação: Melhor Roteiro Adaptado.
The Square (The Square: A Arte da Discórdia)
A Sistêmica, vertente da Psicologia oriunda do Holismo, costuma dizer vez após vez que o todo é mais que a soma das partes. É isso que minha professora dessa matéria costumava fazer, ao menos. De qualquer forma, tenho certeza que ela não pensava em “The Square” quando falava essa frase. Primeiramente, porque o filme não havia sido lançado ainda; em segundo lugar, porque sua disciplina não tinha nada a ver com cinema. Mal sabia ela que este filme sueco seria uma metáfora perfeita para o que ela tanto dizia. Há aqui algumas cenas excelentes, várias muitos boas e muitas que não fazem feio. Mas há também a falta de algo palpável conectando o humor espertinho de um momento com um chilique cômico mais adiante. Unir cenas potentes como essas usando uma idéia simples é como amarrar um cavalo ao poste com barbante: não dá certo.
1 Indicação: Melhor Filme Estrangeiro.
Kong: Skull Island (Kong: Ilha da Caveira)
Dois filmes indicados a Melhores Efeitos Visuais envolvendo macacos. Neste caso específico, por um macaco gigante e provavelmente o mais famoso do cinema. Retornando em uma história que está mais para os filmes de ação de Godzilla do que para os filmes de monstro metafóricos, King Kong traz efeitos especiais sensacionais envolvendo o gorilão propriamente dito, as capturas de movimento e aanatomia dos monstros enfrentados pelo primata. Mas em outros momentos lembro bem de estar pouco impressionado e até decepcionado com os visuais. Considerando que a contribuição dos efeitos especiais para a obra em geral é um critério oficial, fica ainda mais duvidoso por que indicaram um filme como “Kong: Skull Island” e esqueceram de “Godzilla” no Oscar de 2015.
1 Indicação: Melhores Efeitos Visuais.
L’insulte (O Insulto)
Qual o peso de uma ação? Essa é uma das questões abordadas em “The Insult”, só que sob a ótica de um povo que se ofende muito fácil: os árabes. Um pedaço da cultura do pessoal do Líbano é exposto neste filme — a primeira indicação do país no Oscar — usando o potencial das palavras de mexer no passado e reacender conflitos religiosos que muitos viveram e tentam esquecer. É um conceito válido usar o exemplo individual para representar um grupo ou conceito maior, mas não da forma como é apresentado aqui, que funciona e acaba exagerando no desenrolar cinematográfico da situação para reforçar o argumento. Cumpre seu papel, mas acaba fugindo demais da realidade para descer redondo.
1 Indicação: Melhor Filme Estrangeiro.
Guardians of the Galaxy Vol. 2 (Guardiões da Galáxia Vol. 2)
Nunca fiz parte do grupo de pessoas que idolatra “Guardians of the Galaxy” como um tipo de messias dentro do gênero Super-Herói, uma obra que quebra todas as barreiras do clichê e das fórmulas pré-fabricadas para entregar um novo conceito em humor, ação e aventura. Mesmo gostando do primeiro filme, falhei em enxergar toda essa maravilha. Quanto a sua continuação, que é um tanto menos feliz em sua proposta, posso apenas dizer que estou feliz de que a indicação não foi a Melhor Roteiro Adaptado como outros filmes desta lista. Por outro lado, um reconhecimento a efeitos especiais mais coloridos que os filmes coloridos da Marvel, que também são mais criativos e presentes neste caso, é mais do que justo.
1 Indicação: Melhores Efeitos Visuais.
Wonder (Extraordinário)
A clássica isca para o Oscar envolve alguns padrões: explorar a vida de alguém que foi importante, falar sobre algum tema social em alta ou tratar de uma história de superação. Encaixando-se no último caso, “Wonder” fala da vida de um garotinho que tem o rosto todo deformado por conta de uma condição genética. Para ajudar, ele está para enfrentar seu primeiro dia na escola depois de vários anos tendo aulas em casa. Sem dúvida havia potencial para explorar pontos como a índole infantil — que não é só ingenuidade e bondade — e a vida das pessoas próximas àquela com a doença, porém finais felizes e soluções rápidas ganham prioridade, parando o filme na metade do caminho de um desenvolvimento legal.
1 Indicação: Melhor Maquiagem.
War for the Planet of the Apes (Planeta dos Macacos: A Guerra)
Talvez o impacto de “War for the Planet of the Apes” tenha sido menor por conta de não ter sido a primeira vez que me surpreendi com a mesma coisa. Nem a segunda, por sinal, mas a terceira vez. Assim, imagino que se ignoraram conquistas parecidas duas vezes antes, provavelmente não vão pensar muito antes de fazer isso uma terceira vez. A combinação da captura de movimento com efeitos especiais na criação de Caesar e todos os outros primatas continua sendo incrível desde que foi introduzida em 2011, merecendo tanto quanto sempre mereceu um prêmio pelas eficiência nessa área. Quem sabe uma premiação de compensação por outros esnobadas passadas?
1 Indicação: Melhores Efeitos Visuais.