O Cine Grandiose participa pela quarta vez do “Olhar de Cinema” depois de um longo período sem participar. Depois de conseguir um trabalho no exato dia do Olhar de Cinema de 2019 e não conseguir participar de nenhuma sessão por causa dos horários, o Olhar teve duas edições diferenciadas durantes a pandemia e um retorno em 2022, ao qual não fui não sei por quê. Mas estamos de volta, embora novamente tenha conseguido um emprego na mesma semana do festival.
Filme de Abertura
Casa Izabel
De conceito interessante e demonstrando potencial ao misturar a cultura de drag queens com um contexto de ditadura militar, masculinidade classicamente frágil e um desaparecimento numa casa de atmosfera mórbida e decadente, “Casa Izabel” acaba por patinar no meio do caminho até uma conclusão insatisfatória.
Olhares Clássicos
Jeanne Dielman, 23, quai du Commerce, 1080 Bruxelles (Jeanne Dielman)
O retrato epicamente ordinário de uma viúva dentro de seu pequeno apartamento. Tinha tudo para dar incrivelmente errado e é um excelente filme, indo contra qualquer expectativa que surge quando ele é descrito.
In the Heat of the Night (No Calor da Noite)
Um dos papéis de maior prestígio de Sidney Poitier e um excelente filme no geral, com temas sociais trabalhados sem o uso de clichês e até com uma dose respeitável de ousadia para algo feito em 1967.
Olhar Retrospectivo: David Cronenberg
The Fly (A Mosca)
Um clássico da Ficção Científica dos Anos 80 que, por sua vez, é refilmagem de outro clássico do Terror dos Anos 50, “The Fly” é a reinterpretação de David Cronenberg com um toque de humor negro e um festival de efeitos práticos quando as coisas começam a acontecer. Ainda tão bom numa segunda visita quanto foi na primeira.
Videodrome (Videodrome: A Síndrome do Vídeo)
Uma crítica meio batida à cultura da televisão como forma central de entretenimento e dos perigos de alienação e até lavagem cerebral desse hábito de mofar em frente à TV, mas ainda assim um filme que consegue trazer um frescor na abordagem disso que ameniza quão brando tudo pode soar por vezes.
Shivers (Calafrios)
Sexual, repugnante, erótico, controverso e um pouco decepcionante. “Shivers” parecia bem mais interessante até antes de eu assistir ele, quando me decepcionei um pouco com a execução da premissa prometida, apesar de alguns bons momentos.
eXistenZ
Uma surpresa muito agradável por não ser exatamente o que promete ser com sua capa horrível. Nada de clichês do início da era digital, a visão de David Cronenberg sobre um videogame megarrealista passa longe do brega.
Filme de Encerramento
Perpetrator (Agressor)
Facilmente o pior filme de encerramento de todas as edições do Olhar de Cinema que acompanhei e perigosamente perto de ser um dos piores filmes a que assisti em qualquer mostra.