Confesso que quando comecei o blog, não pensei que ia realmente acabar perdendo tempo vendo um filme pior que uma nota 30. Acreditava que se por um acaso eu decidisse ver algo ruim, sua qualidade não seria tão miserável assim. Mas assim como tudo na vida, sempre há aquele momento de surpresa, o clímax da história. É aí que entra “Warrior Queen”, uma recomendação de um amigo e sem nenhuma sombra de dúvida, um dos piores filmes de todos os tempos.
Mesmo que eu sempre separe um parágrafo para contar sobre a trama, neste caso tal tarefa é um pouco mais complicada que isso. Vou tentar fazer o possível, pois a ruindade é tanta que mal pode-se traçar uma história concreta em meio a esse câncer cinematográfico. Berenice (Sybil Danning) é parte da alta sociedade romana, e nesta história se encontra visitando a cidade de Pompéia. Tentando impressionar a moça a qualquer custo, o prefeito da cidade Clodius (Donald Pleasence) apresenta desde show acrobáticos a orgias em prostíbulos. Apesar de seus esforços, quem chama a atenção de Berenice é uma das escravas sexuais, que é virgem e é disputada por dois dos maiores guerreiros da cidade.
Com um título e uma capa feitos apenas para pescar espectadores desavisados, este filme consegue se exaltar por não mostrar nem uma rainha, nem uma guerreira. Sem motivação aparente, a protagonista é um avatar da atuação preguiçosa e desinteressada. Não que o resto da obra pudesse vingar ou instigá-la a fazer mais do que isso, mas sua personagem existir é simplesmente uma desculpa para arrancar dinheiro de possíveis fãs de seu trabalho. Vendo o que ela oferece aqui fica difícil acreditar que exista algum, mas lendo algumas análises de outros infelizes que viram este desastre, é impressionante saber que alguém procura por seus filmes.
Mas quem dera a protagonista fosse a única a pecar aqui, ainda mais quando o resto do elenco mal se esforça para tentar fazer este longa ao menos parecer respeitável. Parece mais é que todos os envolvidos sabiam do nível baixíssimo que suas carreiras atingiram ao trabalhar nesta obra, então decidiram jogar todo o esterco do ventilador de uma vez. A grande questão que permanece é: O que diabos Donald Pleasence estava fazendo aqui? Entendo que o mesmo não faça parte do panteão de ouro dos atores de cinema, mas seu talento e seu histórico de filmes são inquestionáveis. A única coisa que talvez seja risível aqui é sua interpretação, que é terrível em todos os sentidos, mas ao menos consegue ser minimamente simpática em sua ruindade. Com nenhum aspecto positivo a ser encontrado aqui, resta ao espectador garimpar por adubo em estrume seco. Para ilustrar melhor, diálogos e atuações chegam a ser tão ruins que o espectador pode se perguntar em que parte o filme pornô vai começar.
Curiosamente, a única surpresa do filme inteiro está aí. Na verdade esta não é uma versão sem orçamento de “Conan, o Bárbaro“, nem uma tentativa de fazer uns trocados com o sucesso de She-Ra; este filme na verdade é uma obra de soft porn, ou ao menos isso é o que mais tem destaque. Nada contra fãs do gênero, mas sinceramente, nem mesmo essa parte consegue ter qualquer tipo de sucesso. Filmes pornográficos amadores contaram histórias melhores, e pelo menos estes não tentam ser muito mais do que são. As orgias romanas parecem mais aquele seu amigo sem habilidade dramática nenhuma, que participou uma vez de um vídeo da escola. Aquele que por mais simples que a tarefa fosse, não conseguia fazê-la naturalmente pois sabia que estava sendo gravado. Se sensualidade era algo a ser atingido aqui, sinto dizer que meu único pensamento foi pensar por que diabos eu estava assistindo aquilo.
Não duvido que este seja um dos piores filmes da história, mas tenho certeza absoluta que é o pior que eu já vi em toda a minha vida. Estreando o limbo cinematográfico deste site, “Warrior Queen” ao menos ficará na memória como aquele que eu não assistirei de novo nem sob ameaça de morte.